O Nee holandês, e as ondas de choque

Há gajos que são pagos para dizer coisas, mas não sabem puto do que dizem!
Um tipo chamado Luís Delgado, eminência parda (ou será parva) dos nossos medias, numa douta reacção ao Não holandês na Antena 1, esta manhã, conseguiu demonstrar uma pobreza de espírito e ignorância confrangedora.
Disse mais ou menos isto “È justo que 2, 3 ou 4 países que não ratifiquem a Constituição Europeia ponham em causa a vontade de 21, 22 ou 23 que a ratificaram?” E conclui “quem quiser seguir com a construção europeia deve poder seguir mesmo sem os outros que votaram não.”
Perdoai-lhe Senhor que ele não sabe o que diz! È patente a ignorância desse senhor face aos mecanismos jurídicos do próprio tratado, pois se os conhecesse não diria tal barbaridade.
O Projecto de constituição europeia foi aprovado pelos governos de 25 países aderentes á mesma.
Só que, como um Governo é um órgão politico executivo e não representativo do povo, esses são os Parlamentos, nos termos do Direito Internacional Publico, um tratado para entrar em vigor necessita da ratificação desse acto do governo pelo povo, directamente através dum referendo ou indirectamente através do Parlamento.
Assim se o tratado é inicialmente aceite por 25 países, obrigatoriamente devem esses 25 países ratificar o mesmo, sob pena de, á falta de um, tudo ir por água abaixo. E esta necessidade, da ratificação pelos 25 países, é algo que sempre se soube e que é completamente inultrapassável.
Ou ratificam os 25 ou pura e simplesmente não há Constituição Europeia.
A Própria Constituição Europeia, a ratificar, impõe tal regra.
Sendo isto tão claro como é que vem um tipo iluminado dizer aquelas merdas!
Por acaso eu gostaria de ver Portugal seguir aquela lógica: Vamos continuar com a construção europeia sem a França, sem a Holanda e sem os outros que possam ficar pelo caminho pois qualquer dia somos os mais ricos de todos os que lá continuam!
Assim resolvia-se a nossa necessidade de protagonismo e de sermos ouvidos!!!!